domingo, novembro 26, 2006

November rain.


As imagens correm velozmente, atropelam-se na ânsia de completarem os cantinhos que restam de uma alma que suspira por mais um pouco desse mundo que sendo real, não passa de um sonho...
Deito-me aqui e deixo-me ficar. Sonho. E volto a sonhar. É tão melhor continuar a sonhar... Dói demais ter que partir, dói demais não poder ficar...
Agarro cada momento com a força que me fez sorrir e procurar um outro sorriso no brilho de um olhar, no aconchego de um abraço, na doçura de um toque. Deixo-me cativar e levar por aquele ar descontraído, por aquele ar divertido; por aquele outro ar despreocupado, por aquele outro ar misterioso... Gravo as melodias das recordações. Gravo o som de mais uma noite partilhada. De mais uma gargalhada. De mais uma palavra sussurrada ao ouvido.

E então chove. É Novembro e chove. Chove sem parar, chove incessantemente, chove violentamente. E os laços apertam-se para não deixar fugir o calor de mais uma carícia, de mais uma vontade de partilhar um gesto terno e genuíno... A saudade instala-se mesmo antes de uma partida que já fere, que teima em sobrevoar este céu colorido e este mar que juntos contemplámos e guardámos na memória das coisas doces. E a espontaneidade com que se proferem palavras e sentimentos sinceros não chega para transmitir a intensidade daquilo que nos une e que nos faz querer, cada vez mais, voltar a encontrar o calor em braços que se encontram e carinhosamente se envolvem.