sexta-feira, julho 07, 2006

Under the darkest sky...

A noite por vezes tem um brilho especial que pouca gente consegue compreender. Um brilho que poucos conseguem alcançar, que só aqueles que se entregam à vida de coração aberto conseguem descortinar por entre as paredes de escuridão que ela cria à nossa volta... A noite tem o poder de criar momentos que pintam a nossa alma com pinceladas tão diferentes e no entanto, com algo tão único que nos faz olhar para cada uma delas e achar que há qualquer coisa que as une... como se a noite fosse esse elemento unificador que nos dá o ar para respirar fundo mais uma vez e começar de novo ou para ganhar fôlego para mais um soluço de um choro dorido, descontrolado. Ao mesmo tempo que nos toca na alma e faz correr um sopro quente por dentro de nós, consegue também dissolver o sal que nos materializa por entre lágrimas indefesas, inseguras e perdidas...
Às vezes parece querer apenas brincar connosco... esconder-se por entre os troncos centenários de um qualquer bosque, saltar as ondas do mar e fugir por entre a espuma que borbulha, e rir-se, rir-se que nem uma perdida, soltar gargalhadas desmedidas e tresloucadas... Outras vezes ampara a nossa queda com o seu manto de estrelas, como se fosse a rede deste trapézio que é a vida...
Mas nada é em vão. Tudo flui à nossa volta numa harmonia escondida, porém geometricamente estudada... Conjugam-se momentos, tempos, ideias, reflexões, sons, sentimentos, cheiros, lembranças, vazios, toques, emoções... Perfis do trilho que a noite tenta iluminar para cada um de nós... E muitas vezes, por entre esta panóplia de elementos que se fundem e intersectam, que se dão e se partilham, surge um pequeno mundo alienado, especial, um canto quentinho e cheio de doçura, um porto seguro, o telheiro que abriga o movimento das palavras pelos nossos lábios, pelas nossas mãos, pelas nossas almas... E nesse mundinho criamos a nossa muralha, a nossa defesa; alcançamos felicidades almejadas e que de outra maneira nunca respirariam nos nossos poros; fazemos nascer rios de tristeza que logo alcançam o mar...
E então o aconchego chega. Aquilo que tantas vezes não fazia sentido, ganha um significado especial e revela-se-nos como o brilho de uma estrela nunca antes visto. E aquilo que sempre fez sentido cresce, ganha vida e devolve-nos vida, quase não cabendo no nosso peito, quase sendo perfeito de mais para coexistir na nossa essência...

3 Comments:

Blogger cado said...

n t conhecia.. beijo..

domingo, julho 09, 2006 10:55:00 da tarde  
Blogger flower_power said...

sem saber muito bem como, vim ter a este blog....e quando li algumas linhas, decidi logo que tinha de deixar comment. tens aqui posts fantásticos, parabéns!

terça-feira, setembro 05, 2006 4:05:00 da tarde  
Blogger Freckled said...

oh.. ^^ obrigada.. n tnh tido tempo nem inspiração pra postar mais.. mas qq dia hei-de voltar a fazê-lo.. sei q vou sentir necessidade disso..
Aparece smp q kiseres :)

quarta-feira, setembro 06, 2006 1:05:00 da manhã  

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